Setembro é o mês em que acontecem diversas ações em todo o país, alertando sobre o suicídio e a importância da prevenção do ato.

Setembro é o mês em que acontecem diversas ações em todo o país, alertando sobre o suicídio e a importância da prevenção do ato. Em Farroupilha, a Prefeitura de Farroupilha, por meio da Secretaria de Saúde, realizará duas atividades pontuais para conscientizar a população sobre a necessidade de falar sobre o assunto.

No dia 11 de setembro, das 9h às 17h , profissionais de saúde mental estarão desenvolvendo uma ação de escuta e sensibilização com a distribuição de folders e orientações na Praça da Matriz. Os objetivos são desmistificar o suicídio, ainda compreendido como tabu, diluir os mitos associados ao tema, difundir fatores de risco e fatores protetivos com relação ao suicídio e disseminar formas de auxílio às pessoas com ideação.

No dia 14 , será realizada a palestra sobre suicídio e automutilação na infância e adolescência, com Dr. Ricardo Nogueira. Será das 10h às 12h, no Salão Nobre da Prefeitura.

Nogueira é médico psiquiatra, Mestre em Saúde da Família e pós-graduado em Gestão de Saúde pela UFCSPA. Autor dos livros Prevenção do Suicídio, Guia de Prevenção ao Suicídio do RS e Manual de Prevenção ao Suicídio do RS. Também é supervisor do PRM de Psiquiatria do Hospital Mãe de Deus, Preceptor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina ULBRA e professor de Saúde Mental da Faculdade Unimed.

O Suicídio

Dados divulgados pelo Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam números alarmantes com relação ao suicídio: quase um milhão de pessoas morrem a cada ano em decorrência de suicídio no mundo, em geral, uma morte a cada 40 segundos. Segundo o mesmo órgão, o ato está entre as dez causas de morte mais frequentes em diversos países do mundo. Sabe-se, ainda, que ocorre a sub-imputação e mesmo o sub-registro dos óbitos, o que implica em uma subnotificação dos casos de suicídio (OMS, 2014).

Na população brasileira, houve um crescimento de suicídio entre os jovens, idosos, além de uma interiorização dos casos. No Rio Grande do Sul a incidência é maior em comunidades de colonos ou aquelas ligadas à indústria fumageira (Fiocruz, 2014).

Diante desse quadro, cabe considerar o suicídio como uma questão de saúde pública. Especialistas na área de saúde mental acreditam que os números associados ao suicídio podem reduzir com o aumento de debates sobre o assunto (Fiocruz, 2014). No entanto, na prática, o tema ainda é tratado como um tabu, com diversos mitos associados, como, por exemplo, a ideia de que falar sobre suicídio pode motivar o ato e a de que quem deseja se matar o faz impulsivamente, sem comunicar ninguém. Essas e outras crenças errôneas dificultam o diálogo sobre o tema e o desenvolvimento de ações de prevenção.

O Grupo de Pesquisa de Prevenção ao Suicídio (Pesque Sui/Icict/Fiocruz) aponta que a troca de informações sobre suicídio é fundamental para diminuir os índices relacionados ao problema. A OMS (2014) estima que 90% dos casos podem ser prevenidos quando há oferta de ajuda. E, para fornecer ajuda, é preciso identificar o problema.

Colocar o assunto em pauta é um dos principais meios de difundir informações sobre fatores protetivos e fatores de risco, de diluir os mitos associados ao tema e de sensibilizar a população para o problema.

Referências:

OMS. Organização Mundial da Saúde. Prevenção do suicídio: um imperativo global. Genebra, Suíça. 2014.

Fiocruz. Suicídio como questão de saúde pública. 2014. Acesso em 31 de jul. 2019. Disponível em: .

Texto: Renata Parisotto

Imagens: Banco de Imagens

Data de publicação: 23/08/2019