Trabalho focado em formações específicas dos professores da rede municipal é exemplo para municípios da região A importância dos professores para a sociedade é indiscutível.
Trabalho focado em formações específicas dos professores da rede municipal é exemplo para municípios da região
A importância dos professores para a sociedade é indiscutível. Fundamentais no processo educativo e na formação de cidadãos, eles se tornam, junto com os pais, uma referência para milhares de crianças e adolescentes durante a vida escolar. Por isso, além das questões salariais e de um bom plano de carreira, outros aspectos precisam ser levados em conta para que esse profissional trabalhe da melhor maneira e se torne um protagonista da própria carreira.
Um deles é a formação continuada , ou seja, a constante qualificação e atualização dos docentes. Além de melhorar a prática e ampliar o conhecimento, os estudos também auxiliam os professores a repensarem suas formas de transmitir os conteúdos, buscando alternativas de ensino diferentes das tradicionais e se adaptando às necessidades apresentadas pelos alunos.
Em Farroupilha, o poder público é um parceiro importante dos seus profissionais nesse quesito. Há muitos anos, a Prefeitura promove encontros de formação, porém, foi em 2014, que o assunto ganhou um novo olhar da Secretaria de Educação. “Naquele ano, através de uma pesquisa, a gente viu que nossos professores estavam defasados na questão tecnológica, que tem papel bastante importante na melhoria da educação. Percebemos que era preciso qualificá-los para o uso das tecnologias de informação como ferramentas diretas da rotina de trabalho”, conta a Secretária Municipal de Educação, Elaine Giuliato.
Para que os docentes acompanhassem os avanços tecnológicos e de fato pudessem fazer o uso pedagógico das informações, a Prefeitura implantou o Núcleo de Apoio Tecnológico de Farroupilha (Natfar) , local onde os cerca de 700 professores de 27 escolas tiveram acesso à formação digital durante dois anos. De lá pra cá, as escolas também começaram a receber equipamentos que facilitaram a vida dos profissionais, como explica a Secretária. “Hoje nossa rede está muito mais propícia para a utilização das tecnologias. Começamos a trabalhar com as lousas digitais e agora já trabalhamos com as Smarts TVs . O professor pode fazer sua aula em casa, no pen drive , e utilizá-la em um equipamento moderno, bonito, que chama a atenção dos alunos. Isso pode acontecer, porque nós começamos a investir de verdade na rede. A evolução foi notável”, observa.
Formações específicas: um novo olhar para o professor
Com as atualizações no Natfar já consolidadas, foi o momento de dar mais um passo em busca da melhoria constante da educação em Farroupilha. Janete Facini Alves, da Coordenação do Departamento Pedagógico da Secretaria de Educação, conta que todas as equipes escolares foram consultadas logo no primeiro encontro do ano sobre aspectos que gostariam de incluir, quais deveriam permanecer e o que poderia ser modificado nos treinamentos. “Eles nos apontaram a necessidade de formações mais específicas, voltadas às suas áreas de atuação, além de poder tratar de temas como a inclusão e as dificuldades de aprendizagem dos estudantes”, ressalta.
Para dar conta de tudo que essa mudança na rede de ensino exigia, foi necessário muito planejamento e criatividade . “Dividimos os docentes por áreas de atuação e como temos pessoas extremamente qualificadas nas nossas escolas, sugerimos um formador dentro de cada grupo, com a proposta de que eles pensassem e organizassem seus próprios encontros, claro, sempre com nosso auxílio, principalmente nos primeiros meses”, explica Sandra Menti, também da Coordenação do Departamento Pedagógico.
Finalmente, em maio deste ano, uma nova dinâmica começou. “Saímos da zona comum para uma evolução maior. Agora, uma vez por mês, nossos profes tem essa formação direcionada, sendo que elas sempre acontecem dentro do período escolar, nas horas/atividades, deles”, salienta a Secretária Elaine.
A professora de Artes Visuais na Escola Municipal Cinquentenário, Lucila Guedes de Oliveira aceitou o desafio de coordenar o seu grupo e avalia positivamente o novo modo de trabalho. “A maioria de nós tem a formação em artes visuais e outros em música, mas não em outras linguagens. Por isso, temos que nos especializar, ter um contraponto a nossa formação inicial para poder nos emanciparmos como professores. Acredito que a mantenedora tem que continuar investindo nesse tipo de formação e entendendo que o professor é o protagonista do seu caminho como profissional”, reflete.
Para dar sequência ao bom trabalho dos meses iniciais, a Prefeitura firmou parcerias importantes com instituições e profissionais, oportunizando encontros diferentes e que atendiam às expectativas dos docentes. Uma das parcerias mais importantes foi com o Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus Farroupilha. Diversos profissionais do IFRS compartilham seus conhecimentos em palestras e oficinas em diferentes áreas, como física, química, matemática, educação física, ciências, informática, entre outros.
Na última semana, dedicada às formações, os professores das séries multiseriadas, da educação infantil, do ensino fundamental e das disciplinas de português, inglês, matemática, ciências, artes, história e geografia participaram dos encontros. Lucila, que participou de uma divertida oficina de teatro na Casa de Cultura, ressalta que os novos encontros de formação estão sendo de grande valia. “A formação faz diferença. É o momento de poder pensar nossas metas de aprendizagem, de voltar pra escola e poder olhar o que estamos fazendo, observar se nossos objetivos correspondem, olhar a nova base curricular. Acho bastante importante essa reflexão e esse caráter de estudo.”
Para Eduardo Amaro Ferreira, que há três anos é professor de Música, a mudança de estilo das capacitações proporcionou a troca de informações com os profissionais da mesma área, o que foi fundamental para que ele se sentisse amparado e pronto para o desafio da sala de aula. “Para mim, que estou no começo, essa troca de experiência durante as formações é muito importante, por que te dá uma luz do trajeto a percorrer. A convivência é bastante enriquecedora, até pra conhecer todo ambiente escolar da região, acaba gerando um coleguismo maior, vejo que todos só cresceram”, avalia o docente que atualmente trabalha com os alunos da Escola Nossa Senhora Medianeira.
Entre os temas já tratados durantes esses meses estiveram o desenvolvimento neuropsicomotor voltado às professoras e auxiliares das Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs); o Geogébra, um software matemático que reúne geometria, álgebra e cálculo; contos infantis com as psicólogas Mikaela Basso e Bianca Viero; os pontos turísticos de Farroupilha que mostram a cultura do município e diferentes gêneros da produção textual com a escritora Dolores Maggioni. Orientadores educacionais e diretores também tem encontros mensais, quando abordam questões administrativas, de legislação e a nova base curricular.
Trabalho é destaque na região
Pelo menos na Região Metropolitana da Serra Gaúcha, a Secretária Elaine desconhece outro município que realize um trabalho tão específico em relação a formação dos seus professores. De acordo com ela, a iniciativa vem chamando atenção e servindo como bom exemplo para outras cidades. “ É um diferencial de Farroupilha. Inclusive outros municípios já entraram em contanto para saber sobre o nosso processo de organização, que realmente é muito complexo: precisamos da colaboração escola, montar a grade curricular para encontrar dias em comum em que todos os professores dos grupos possam comparecer. Claro, nossa rede tem um tamanho que ainda permite isso, mas de qualquer forma eu não conheço outro município que faça a mesma coisa com essa estrutura. É algo inédito”, destaca. A professora Lucila, que também atua em outras cidades, vê a forma de trabalho em Farroupilha como um diferencial. “Essa interação com nossos colegas, o tratamento da arte como linha de conhecimento, são aspectos que não encontramos em outras regiões”.Apesar de a avaliação institucional ainda não ter sido aplicada, Janete acredita que a maioria dos professores aprovou a mudança. “Tenho a convicção de que grande parte deles sai dos encontros satisfeitos com o que aprenderam, com novas visões e possibilidades de trabalho em sala de aula. Isso se deve a própria parceria deles, por que um encontro onde existe a participação, onde o professor pode dizer o que pensa, se envolve, ele é mais vivo e proveitoso.”
No mês de dezembro, os professores já poderão avaliar o ano de 2017 e com base nessas opiniões, a programação para o próximo ano será formatada. Além disso, para o ano seguinte será necessário realizar um monitoramento maior em relação a alfabetização “Nós já temos algumas modificações em mente, vamos ampliar as formações para quem trabalha com as atividades complementares e com a educação infantil, mas antes de tudo isso, vamos esperar as demandas que vierem nosso professor. Também queremos identificar melhorias, traçar estratégias no ciclo de alfabetização, que é fundamental para todo o desenvolvimento da criança no ensino fundamental”, diz a pedagoga Sandra.
O objetivo final de todas as estratégias pensadas pelo poder público, sempre é o mesmo: oferecer uma educação cada vez mais qualificada ao estudante. “ A gente quer ter uma gestão inovadora, evolutiva, para dar ao aluno aquilo que ele tem por direito. E isso também passa pela preparação e atualização dos nosso professores. São eles que vivem o exercício de não querer fazer do aluno o que a gente gostaria que ele fosse, mas sim descobrir nele as qualidades que ele mesmo ainda não sabe que tem. Isso é uma dádiva do professor e valorizá-los é de extrema importância” , finaliza a Secretária Municipal de Educação, Elaine Giuliato.
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Texto: Renata Parisotto
Fotos: Adroir Fotógrafo, Bancos de Imagens e Divulgação IFRS
Edição: Assessoria de Imprensa e Comunicação Social
imprensa@farroupilha.rs.gov.br
Data de publicação: 25/10/2017