A atenção primária ainda engatinha no Brasil.
A atenção primária ainda engatinha no Brasil. Apesar de ser uma especialidade ainda pouco procurada pelos médicos, a Saúde da Família está no primeiro nível de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS) e é considerada uma estratégia primordial para a organização e o fortalecimento da atenção básica. Por isso, a Prefeitura de Farroupilha, através da Secretaria de Saúde, firmou convênio com a Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (ESP/RS). Com isso, médicos recém-formados terão a oportunidade de realizar a residência médica na área aqui no município.
Na manhã desta quarta-feira, dia 13, o Coordenador da Residência em Medicina de Família e Comunidade da ESP/RS, Paulo Roberto Müller, e a tutora da atenção básica, a enfermeira Vania Celina Dezoti Micheletti, estiveram no município para conhecer o local onde os médicos farão a residência. O Prefeito Claiton Gonçalves e a Secretária Rosane da Rosa apresentaram as instalações da Unidade de Saúde da Família do Bairro José, acompanhados do Dr. Daniel do Nascimento Antônio, médico da família, da enfermeira coordenadora da unidade, Rafaela Tumelero Guisso, e do Gerente Geral da Associação Farroupilhense Pró Saúde, Márcio Güilden.
A Unidade de Saúde da Família do Bairro José atende a comunidade ligada a esta área, com um total de 1.014 famílias cadastradas (aproximadamente 3.154 pessoas). Conta com uma ESF (Estratégia de Saúde da Família), dividida em seis micro áreas. A equipe é composta por três agentes comunitárias de saúde, uma enfermeira, três técnicos de enfermagem, um médico da família, uma atendente e uma higienizadora. O atendimento do médico de saúde da família é diário e tem ainda o apoio de outros profissionais como ginecologista e pediatra em dias alternados, além da odontologia. Além do atendimento interno, são realizam visitas a domicilio uma vez por semana para acamados e pessoas com dificuldade de locomoção.
A equipe de ESF possui também apoio do NASF (Núcleo de Atenção à Saúde da Família) para as atividades de promoção e prevenção à saúde, que desenvolve uma série de grupos: Gestantes, Caminhada, Reeducação Postural, Hiperdia (hipertensão e diabetes), Grupo de Adolescentes, Reeducação Alimentar e Manutenção Alimentar, Grupo de Idosos, Artesanato, Oficina Brincar (crianças), Apoio Psicológico Adulto.
Não há um número de vagas estipulado de vagas no município, pois depende do interesse dos médicos em realizarem a residência nessa área. A ESP/RS publica o edital do Processo Seletivo no 2 º semestre de 2017 para que, em fevereiro de 2018, os profissionais iniciem o trabalho. O período da formação é de 24 meses.
“Tu te tornas responsável pelo paciente do primeiro ao último dia da residência, essa é a premissa da ESP”, destacou Paulo Roberto Müller. E acrescentou, “o residente desacomoda os profissionais que já estão numa certa rotina, eles chegam com uma energia positiva, e com isso ganham os profissionais e a comunidade por eles atendida”.
O prefeito Claiton enfatizou a importância dessa parceria. “A Escola de Saúde Pública tem toda a nossa estrutura a disposição. Temos muito a construir juntos e o objetivo é buscar a excelência na formação do profissional, beneficiando também a comunidade”.
A Secretária de Saúde, Rosane da Rosa, já tem boas experiências com esse trabalho realizado em outros municípios, por isso, a expectativa para Farroupilha é grande. “Com certeza é um ganho muito grande para o município e para os residentes que estarão trabalhando no atendimento direto a comunidade. E o objetivo é que os médicos fiquem por aqui ao término da formação”.
Saúde da família
A saúde da família está no primeiro nível de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS) e é considerada uma estratégia primordial para a organização e o fortalecimento da atenção básica. A partir do acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada, são desenvolvidas ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes.
Para efetivar essas ações, é necessário o trabalho de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde, formadas por: médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde, cirurgião-dentista, auxiliar de consultório dentário ou técnico de higiene dental.
As equipes de saúde da família estabelecem vínculo com a população, possibilitando o compromisso e a co-responsabilidade dos profissionais com os usuários e a comunidade, com o desafio de ampliar as fronteiras de atuação e resolubilidade da atenção. Além disso, tem como estratégia de trabalho: conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, por meio de cadastramento e diagnóstico de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas; identificar os principais problemas de saúde e situações de risco às quais a população que ela atende está exposta; e prestar assistência integral, organizando o fluxo de encaminhamento para os demais níveis de atendimento, quando se fizer necessário.
Escola de Saúde Pública
A Escola de Saúde Pública (ESP/RS) é um Centro de Educação e Pesquisa em Saúde da Secretaria Estadual da Saúde que tem por missão a gestão da educação em Saúde Coletiva no Estado, desenvolvendo ações de formação, educação permanente, pesquisa, extensão e produção de conhecimentos, que contribuam para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população gaúcha.
A coordenação da Residência Integrada em Saúde é responsável pelo planejamento, acompanhamento e coordenação do Programa de educação em ambiente de serviço, sob a forma de Residência Integrada em Saúde (RIS), que envolve as Residências Médica e Multiprofissional em Saúde, mantida no âmbito da ESP/RS e das instituições vinculadas à administração estadual e municípios parceiros. Entre suas principais atribuições estão o estabelecimento do currículo em consonância com a legislação, com a especificidade de cada ênfase, com as políticas de saúde e educação vigentes; a organização do calendário letivo; a articulação e interlocução com os municípios e instituições onde a residência está ou venha a estar inserida; o gerenciamento das vagas a serem ofertadas em cada Programa de Residência, de acordo com as necessidades do SUS e condições dos campos de práticas; o desenvolvimento de estratégias para promover a qualificação e educação permanente de preceptores e tutores nas áreas de ensino e pesquisa, bem como a execução de outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas.
Texto: Claudia Chiele
Edição: Assessoria de Imprensa e Comunicação Social
Foto: Adroir Fotógrafo/Assessoria de Imprensa
Data de publicação: 13/07/2017