Você já ouvir falar em esclerose múltipla? A doença – neurológica, crônica e autoimune – atinge 2,5 milhões de pessoas no mundo, causando muitos sintomas diferentes, como visão turva, sensações de formigamento, dor, fadiga e comprometimento da coorden...
Você já ouvir falar em esclerose múltipla? A doença – neurológica, crônica e autoimune – atinge 2,5 milhões de pessoas no mundo, causando muitos sintomas diferentes, como visão turva, sensações de formigamento, dor, fadiga e comprometimento da coordenação motora. Diversos desses são sentidos pela Dona Jandira Mazolini, 61 anos. A moradora de Farroupilha convive com a esclerose há mais de trinta anos e, aos poucos, foi encontrando caminhos para encarar a doença. O percurso foi se tornando menos doloroso graças ao tratamento de saúde que ela recebe na sua própria casa, através do Programa de Atendimento Domiciliar. O PAD – mantido pela Prefeitura e gerido pela Associação Farroupilhense Pró- Saúde – é destinado aos pacientes que não estão na abrangência das Estratégias de Saúde da Família (ESF) e que não tem capacidade de locomoção para se dirigirem até um posto de saúde ou o hospital. “Eu atendo a Dona Jandira há mais de quatro anos e trabalho muito com o desenvolvimento da força, sempre incentivando que ela pratique os movimentos do dia-a-dia, da rotina, para prevenir complicações e ajudá-la a ser mais independente”, explica o fisioterapeuta da equipe, José Luís Mancalossi. Uma vez por semana, ele auxilia no processo de busca de qualidade de vida para Jandira.
Assim como José Luís, o psicólogo Vilmar Jose Cristofoli, a enfermeira Maristela Zamberlan e a médica geriatra Ana Paula Zamboni cuidam de outros 84 pacientes. Para a geriatra, que faz parte do programa desde o seu início, em 2007, a assistência domiciliar vem assumindo importante papel no atendimento ao idoso, em especial, não só porque o mantêm no núcleo familiar, mas também porque diminui os efeitos da hospitalização a longo prazo. “ É um suporte diferenciado, pois o paciente está no conforto da sua casa e ao mesmo tempo em que auxiliamos ele, também ajudamos a família, que muitas vezes está cheia de dúvidas, em uma situação nova, afinal uma doença mexe com todo o ambiente. Nosso objetivo maior não é só não internar, mas é tirar ele mais cedo do hospital, diminuindo riscos de infecções, dando atenção individual, fazendo com que se sintam melhores nesse momento frágil e até aumentando a expectativa de vida”, enfatiza a Dra. Ana Paula.
Na intenção de ampliar e qualificar o serviço, Farroupilha busca a adesão ao Programa Melhor em Casa. De acordo com a Secretária Municipal de Saúde, Rosane da Rosa, o município já está habilitado pelo Ministério da Saúde e aguarda a liberação das verbas federais para poder realizar os investimentos necessários. Com isso, a estrutura passaria a funcionar por 12 horas de segunda a sexta-feira e em regime de plantão aos finais de semana, com número maior de profissionais e mais equipamentos hospitalares, com o objetivo de ajudar a desocupar os leitos hospitalares, proporcionando um melhor atendimento e regulação dos serviços de urgência. Conforme o MS, estima-se que a implantação da Atenção Domiciliar resulta na economia de até 80% nos custos de um paciente, quando comparado ao custo desse mesmo paciente internado em um hospital.
Vantagens do tratamento domiciliar
Diversas pesquisas apontam que receber o tratamento domiciliar e poder contar com o apoio, atenção e carinho da família fazem diferença na reabilitação. “Na prática, a gente percebe que o envolvimento dos familiares ajuda muito, principalmente no emocional deles”, diz Maristela. A enfermeira é a que tem contato com um número maior de pacientes, já que os procedimentos de enfermagem como curativos, prevenção de escaras, cuidados de higiene, orientações, verificação da pressão sanguínea, atendimento às necessidades de oxigenação são os mais demandados.
Seu Arcolino Toso, 54 anos, é um dos pacientes que recebe a visita semanalmente. Após ser ferido com uma arma de fogo há 14 anos, ele ficou paraplégico e hoje necessita de cuidados especiais “Sempre que preciso sou muito bem atendido, é muito bom”, avalia ele. Claro que os profissionais também acabam criando vínculos com seus pacientes, já que o convívio por muitas vezes se estende por anos. “O retorno vem dos familiares. Muitas vezes ouvimos deles, que só de saber que nós estamos por perto, que eles podem até tirar uma dúvida por telefone, eles ficam mais tranquilos, menos ansiosos. Acabamos criando um vínculo bem próximo, é gratificante”, avalia a médica Ana Paula.
Como ter acesso ao PAD?
Para ter acesso ao PAD, é necessário que um familiar vá até a Unidade Básica de Saúde mais próxima e solicite o serviço. “A equipe de enfermagem faz essa primeira triagem, nos passam a necessidade e a gente faz a primeira visita, avalia a necessidade de atendimento em casa. Depois da primeira visita traçamos um plano, como visitas mensais, semanais, de acordo com o estado do paciente”, destaca Ana Paula. Para mais informações, basta entrar em contato na Associação Farroupilhense Pró Saúde, pelos telefones (54) 3056.7950 e/ou (54) 3268.3884.
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Texto: Renata Parisotto
Fotos: Adroir Fotógrafo, Jonas Viega e Pixabay
Edição: Assessoria de Imprensa e Comunicação Social
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Data de publicação: 06/07/2017