O Museu Municipal Casal Moschetti foi inaugurado em 19 de fevereiro de 1972, durante a administração do Prefeito Municipal Avelino Maggioni (ARENA), localizando-se em uma antiga casa de arquitetura própria, com traços de art déco, que foi desapropriada de Antonio Lovera, e abrigou durante muitos anos a Casa Paroquial da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus, ficando situada na Rua Rui Barbosa, 49, Centro, Farroupilha/RS.

O Museu foi formado a partir de objetos doados pela italiana naturalizada brasileira, Lydia (ou Lidia) Giannoni Moschetti, que doou o seu acervo para a cidade de Farroupilha/RS como homenagem por esta ser considerada berço da imigração italiana no Estado do Rio Grande do Sul e por possuir amigos na cidade. Todas as peças faziam parte da decoração de sua residência localizada em Porto Alegre/RS, na Rua Fernando Gomes, no Bairro Moinhos de Vento.

No Museu encontramos uma bela coleção de pratarias, porcelanas, objetos em mármore, móveis esculturados a mão, cristais, uma pinacoteca de diversos artistas, inclusive quadros pintados pela própria Lydia, uma vasta biblioteca, vários espelhos e uma boneca LENCI (acrônimo para “Ludus Est Nobis Constanter Industria”, nome da fabricante), que Lydia ganhou como prêmio em um concurso de canto em um navio, durante uma viagem que fez à Itália.

Lydia nasceu em 14 de setembro de 1888, na cidade de Fuceccheio, Toscana, Itália, sendo descendente de família nobre. Devido a problemas familiares veio para o Brasil com 19 anos de idade, na companhia da mãe e mais 8 irmãos, uma vez que o pai viera antes em outra leva de imigrantes. Já no Brasil, Lydia conheceu o também italiano Luiz Moschetti, com ele se casando em 12 de janeiro de 1921, fixando residência em Porto Alegre/RS, e com quem adotou um menino, a quem deram o nome de Humberto Moschetti (1921 - 1993).

Luiz Moschetti nasceu em 29 de outubro de 1888, em Perúgia, Úmbria, Itália, tendo se formado em Engenharia Eletromecânica pela Universidade de Turim. No Brasil foi engenheiro e representante da FIAT até que em 1911 resolveu abrir uma empresa própria, voltada ao setor de embalagens de papelão, Luiz Moschetti S.A. Indústria e Comércio de Papel, existente até hoje, mas com o nome de Moschetti Embalagens. A empresa tinha sua fábrica instalada em Porto Alegre/RS até 1954 (hoje se encontra em Canoas/RS), tendo prosperado, fazendo com que o casal tivesse grande ascensão social.

Durante sua vida, Lydia muito dedicou-se as obras de caridade. Vendeu inúmeras joias e bens pessoais para ajudar os mais necessitados. Construiu casas assistenciais, realizou diversas obras filantrópicas em diversos campos. Foi agraciada com 56 títulos honorários e inúmeras comendas. Entre muitas das suas obras merece destaque a criação do “Instituto Santa Luzia - Escola Profissional para Cegos e Surdos Mudos” (1941) e a “Fundação Banco de Olhos de Porto Alegre” (1956). Recebeu o título de “Mãe dos Cegos do Rio Grande do Sul”.

Lydia também foi escritora, pintora, cantora lírica, professora e atriz. Fundou e integrou a Academia Literária Feminina do RS. É autora de vários livros: “A sobrinha do cardeal”, “Um baile e uma vida”, “No altar da caridade”, “A morte das ilusões”, “Poesias esparsas”, “A vida é um ponto de ?”, “Autobiografia”, “História das minhas fundações”, entre outras obras.

Luiz faleceu de câncer de mandíbula em 21 de março de 1967, com 78 anos, em Porto Alegre/RS. Já Lydia faleceu de causas naturais em 5 de agosto de 1982, com 94 anos, também em Porto Alegre/RS. O casal se encontra sepultado no Cemitério da Irmandade Arcanjo São Miguel e Almas, Porto Alegre/RS.

Texto: Vinícius Pigozzi, Historiador

 

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