Há uma variedade de opções terapêuticas para o tratamento de hiperglicemia em pessoas com DM não insulino dependente, entre elas, a mais recente refere-se à terapia baseada nas Incretinas, hormônios de origem intestinal estimulante da liberação de...

    Há uma variedade de opções terapêuticas para o tratamento de hiperglicemia em pessoas com DM não insulino dependente, entre elas, a mais recente refere-se à terapia baseada nas Incretinas, hormônios de origem intestinal estimulante da liberação de insulina e metabolizado pela enzima Dipeptidil peptidase-4 (DPP-4).

    Em julho de 2010, a Agência Européia de Medicamentos (EMA), publicou alerta sobre o perfil de segurança destes medicamentos. A principal preocupação era a ocorrência de eventos adversos cardio e cerebrovasculares, pancreatite e neoplasias pancreáticas. Em março de 2013, estudo publicado na revista americana Diabetes relatou a ocorrência de formações celulares anormais, além de lesões pré-cancerosas, no pâncreas de oito pessoas que utilizavam estes medicamentos.

Já em setembro de 2011, uma revista de mídia leiga, de circulação nacional, publicou reportagem de capa apontando os “benefícios” de um desses medicamentos no tratamento da obesidade. A matéria despertou a curiosidade de profissionais de saúde e consumidores, resultando em grande procura do produto para indicação não aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que aprovou estes medicamentos apenas para tratamento de DM não insulino dependente.

Considerando a importância do tema, o Núcleo de Farmacovigilância do Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (CVS/SES/SP) avaliou 2.318 notificações de suspeitas de Reações Adversas ao Medicamento. Deste total, 790 notificações foram consideradas graves e foram submetidas à análise de causalidade, sendo observadas 1.708 suspeitas de reações. Conclui-se:

a. 12% do total de reações são pancreáticas, como neoplasia pancreática, cisto pancreático, pancreatites ou alteração das enzimas pancreáticas;

b. Nos relatos de indivíduos que desenvolveram algum tipo de reação pancreática, 51% das indicações de uso do medicamento foram para obesidade ou indicação desconhecida, caracterizando o uso desses medicamentos para outros fins, que não o tratamento da DM não insulino dependente.

c. Vale ressaltar que os medicamentos análogos do GLP-1 (liraglutida) e agonistas do GLP -1 (exanatida) estiveram mais associados com os relatos envolvendo tratamento da obesidade ou indicação desconhecida.

No intuito de evitar a exposição desnecessária dos pacientes/usuários aos riscos acima descritos, o CVS/SES-SP ALERTA:

– Os medicamentos devem ser utilizados APENAS para o tratamento da DM não insulino dependente.

– Pacientes em tratamento com algum destes medicamentos devem ter os marcadores da função pancreática (amilase e lipase) monitorados periodicamente.

– Deve-se atentar para sintomas que possam indicar pancreatite. Havendo confirmação, o medicamento deve ser descontinuado.

– Farmácias devem dispensar os medicamentos descritos na tabela acima, somente com receita médica, orientando o paciente, a fim de evitar o uso não aprovado em bula pela Anvisa.

– Pacientes devem usar medicamentos para Diabetes apenas sob orientação e recomendação médica.

– Fique atento a sintomas como dor ou desconforto abdominal e avise seu médico imediatamente.

Fonte: Centro de Vigilância Sanitária

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Data de publicação: 31/03/2014

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